Encontro do Cariri Cangaço resgata história e cultura no distrito de Jabitacá


Encontro do Cariri Cangaço resgata história e cultura no distrito de Jabitacá

Neste último sábado (20), o distrito de Jabitacá foi palco de um evento histórico que reuniu apaixonados pela cultura e história nordestina. O encontro do Cariri Cangaço, realizado com o apoio da Prefeitura de Iguaracy, através da Secretaria de Cultura e Turismo, trouxe à tona não apenas debates e estudos sobre o cangaço, mas também resgatou a memória de uma figura emblemática da região, o cangaceiro Adolfo Meia Noite.

É inegável que o cangaço, um fenômeno histórico-social deixou marcas indeléveis na região nordestina. Com o objetivo divulgar, estudar, pesquisar e debater esse importante período da história brasileira, foi que surgiu o CARIRI CANGAÇO, que reúne um grupo de historiadores, estudiosos e pesquisadores sobre o assunto.

O grupo que tem à frente o seu fundador, Manoel Severo Gurgel Barbosa, reconhecendo o valor histórico e cultural de Jabitacá para o estudo da Cangaçologia, realizou uma solenidade que contou com uma visita técnica ao distrito, onde foram realizadas entregas de Comenda Mérito Cultural ao Prefeito de Iguaracy, Zeinha Torres, e uma comenda Lugar de Memória, além de uma conferência de campo sobre as origens de Adolfo Meia Noite.

O secretário Marquinhos Melo, que representou o prefeito Zeinha expressou sua gratidão pela homenagem, ressaltando a importância de preservar e celebrar a cultura local.

Já o secretário de Cultura e Turismo de Iguaracy, Edjanilson Rodrigues, recebeu a Comenda que Consagra a Igreja Nossa Senhora da Conceição como "Lugar de Memória do Cariri Cangaço". 

O evento também proporcionou momentos de arte e entretenimento, com apresentações do músico Darcílio do Pífano, dos poetas Américo Barros e Neto Ferreira, e da Junina Caboclo Sonhador. 

Após as atividades, os participantes foram agraciados com um lanche repleto de comidas típicas da região. 

Como nós da Web Sertão também somos amantes da história de nossas raízes, não poderíamos fechar a matéria sobre o encontro sem trazermos à tona um pouco da história de nossa região e do famoso cangaceiro Adolfo Meia Noite que nasceu nas terras de Jabitacá no ano de 1840 e morreu em combate em 1887 deixando sua marca na história do sertão pernambucano.

Localizada no sertão pernambucano, nos largos e vastos campos do semiárido, a região do Pajeú começou a ser povoada em meados do século XVII. Cerca de um século depois, no Alto Pajeú, havia uma vasta porção de terra conhecida por Volta, localizada nas encostas da Serra do Jabitacá, no planalto da Borborema. Por essas bandas, nesse tempo, já existia um pequeno povoado conhecido como Fazenda Varas da Volta.

Este povoado que pertencia a freguesia de Ingazeira, só virou vila quando começaram a levantar uma capela por intermédio do capitão Francisco Barbosa da Silva no ano de 1818. Depois que o Francisco morreu em 1830, quem terminou de construir foi a sua viúva, Dona Leonor Francisca de Carvalho, findando a construção no ano de 1837. Pelo seu valor histórico imensurável, a centenária Igreja recebeu a Consagração da Comenda de "Lugar de Memória do Cariri Cangaço".

Três anos após a conclusão desta Capela na Vila de Varas, por volta de 1840, veio ao mundo um menino, chamado Adolfo Alves de Freitas, filho de Riqueta e Leandro, e neto do famoso inglês Richard Breitt (Ricardo Brito). Segundo historiadores/pesquisadores, Richard era descendente do rei Ricardo Coração de Leão.

Datado de meados do século XIX e início do XX, o coronelismo foi protagonizado pelos latifundiários, militares e fazendeiros. O coronelismo surge em um período de transição. Estava chegando ao fim o período da monarquia e estava em ascensão a instauração da política governamental.

Com a conivência das autoridades na maioria corruptas e o apoio de jagunços armados, os coronéis do sertão impõem sua vontade através da violência e da opressão. Nesse tempo de maldades, apareceram os cangaceiros, rebeldes, perigosos e fora da lei, que embora fossem criminosos e não hesitassem em matar para alcançar seus objetivos, em alguns casos só entraram nesse mundo de crime depois de perderem suas terras, verem a violência contra suas famílias ou serem vítimas de injustiças sem ao menos terem a quem recorrer.

E foi neste cenário árido e impiedoso do sertão do Pajéu, muito antes de Antônio Silvino e Lampião, que surgiu uma perigosa turma de cangaceiros, liderada por um rapaz de nome Adolfo Alves de Freitas, que teve a sua vida destroçada por causa de um subdelegado de polícia invejoso.

Em meio a emboscadas, tiroteios e perseguições implacáveis, os destinos dos cangaceiros liderados por Adolfo Rosa Meia Noite, se entrelaçam com a dos habitantes do sertão, culminando em confrontos épicos que definiu o futuro dessas terras áridas e ensanguentadas. Para saber mais sobre a história do cangaceiro Adolfo Meia Noite, acompanhe o documentário que estamos realizando CLICANDO AQUI.

O encontro do Cariri Cangaço em Jabitacá não apenas resgatou um pouco da história e da cultura da região, mas também reafirmou o compromisso de preservar e valorizar as raízes nordestinas. Ao celebrar figuras como Adolfo Meia Noite e promover debates sobre o cangaço, o evento fortaleceu o sentimento de identidade e pertencimento dos habitantes de nosso sertão pernambucano. 
Veja abaixo mais fotos do evento:

















































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