O primeiro ponto sugere que se pergunte à população se o cargo de suplente de senador deverá ou não ser extinto. Ora, ainda que a maioria dos brasileiros opine pela sua extinção, qual a mudança substantiva que isso trará à nossa democracia? O cargo poderia até ser extinto, mas no contexto de uma ampla reforma que englobasse mais 15 ou 20 itens. Da mesma forma é o fim do voto secreto no parlamento. Ampliará a taxa de transparência, mas é nisso que o povo está interessado?(continua...)
O terceiro ponto é a manutenção ou não de coligações partidárias. Se forem extintas, o eleitor não vai mais poder votar em José e eleger João, tal qual acontece hoje. Mas é essa a reforma que o país reclama? O quarto ponto é se o financiamento de campanha deverá ser público ou privado. Pelo humor das ruas, a resposta será “privado”. O quinto e último ponto, aí sim, tem a ver com reforma política: voto distrital ou proporcional? Mas o Congresso parece pouco simpático ao voto distrital.
O risco – Em época de protesto contra tudo e contra todos, os prefeitos que vão se reunir em Brasília de 8 a 11 deste mês na XVI Marcha dos Prefeitos a Brasília correm o risco de ser alvo de manifestações pelo simples fato de serem políticos. A Amupe já foi advertida desse perigo.
À vitória – O PSDB já dá como certa a vitória do seu filiado Roberto Asfora na eleição suplementar para a prefeitura do Brejo da Madre de Deus que ocorrerá no próximo domingo. O adversário é o presidente da Câmara, Hilário Paulo (PSDC), no comando interino da prefeitura.
A consulta – Embora não esteja mais na Câmara, Roberto Magalhães sugeriu ontem no Recife o modelo de consulta sobre a reforma política que se deveria fazer ao povo brasileiro: voto obrigatório ou facultativo? Voto distrital ou proporcional? Financiamento de campanha público ou privado? A reeleição permanece ou deve ser extinta? Candidatura avulsa deve ser aceita ou não?
Pole position – O PSB foi o primeiro partido da base governista a se posicionar oficialmente sobre as manifestações de rua que continuam tomando conta do país. A maioria da executiva nacional, que se reuniu anteontem no Recife, voltou a admitir a candidatura do governador Eduardo Campos a presidente da República, embora ele não fale mais nessa possibilidade.
A promessa – O prefeito Geraldo Júlio (PSB) vai honrar a promessa, feita na campanha e registrada em cartório, de instituir o “passe livre” no Recife para estudantes do 6º ou 9º ano e que estejam inscritos no Prouni municipal, mas não este ano. Em 2014 é uma possibilidade.
A bravata – A afirmação do marqueteiro João Santana de que Dilma se reelegerá no 1º turno, apesar do mau humor das ruas, equivale à do seu colega do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, que assegurou em 2005 à revista “Veja” não haver hipótese de o presidente Lula ser reeleito.
O veto – O debate sobre a criação de novos municípios continua sendo encarado por muitos economistas sob a ótica da “despesa”. Por essa visão, nenhum novo município será criado no país, a partir de agora, para não haver “despesa” com a construção do prédio da prefeitura e da Câmara Municipal e com o pagamento do salário do prefeito, do vice, e dos nove vereadores.
O atraso – Para desespero do prefeito Izaías Régis (PTB), somente amanhã é que a Fundarpe divulgará a programação do Festival de Inverno de Garanhuns que irá realizar-se entre 18 e 27 deste mês. O FIG foi criado há 22 anos pelo então prefeito Ivo Amaral inspirado no Festival de Inverno de Campos do Jordão (SP).
A vítima – A Assembleia Legislativa também fará uma audiência pública neste mês de julho, por sugestão do deputado Rodrigo Novaes (PSD), para debater a questão das descargas elétricas que têm acarretado a morte de muita gente. A última vítima delas foi o engenheiro Wilson Aquino, em Limoeiro.
Coluna Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco – 3 de julho
