Então, o que fez esse espécime tão peculiar? Para começar, o esqueleto tinha apenas 12 centímetros de comprimento. Muitos especularam que inicialmente eram os restos de um bebê prematuro ou feto abortado, enquanto outros consideravam tudo uma farsa.
Os resultados preliminares indicaram que a genética do esqueleto é definitivamente de origem humana, mas cerca de 9% do DNA testado não corresponde à referência do genoma humano. Enquanto 9% soa como uma enorme discrepância, só se refere às parcelas de sequência usadas para referência, não todo o genoma. Estes resultados estão dentro dos parâmetros esperados para a degradação e a contaminação do DNA depois de passar muito tempo exposto aos elementos. Os resultados preliminares do DNA mitocondrial foram consistentes com um haplótipo encontrado no Chile, o que significa que a mãe de Ata estava no local onde os restos foram encontrados.
Uma das descobertas mais surpreendentes da análise foi que Ata não era um feto. Havia dentes maduros presentes na boca e os ossos estavam bem desenvolvidos, com os ossos da perna mostrando placas de crescimento que esperaríamos ver em uma criança de 6-8 anos. Embora o teste não forneça respostas, ele também levantou muitas perguntas. Como poderia uma criança de 6 anos de idade ter somente poucos centímetros de comprimento?
Existem algumas possibilidades para explicar isso:
Nanismo: É possível que Ata apresentasse um caso extremo de nanismo, embora a menor pessoa já confirmada tenha 54,6 cm de altura. Além disso, não há indicadores genéticos de nanismo identificados.
Progeria: Ata poderia ser um feto que sofria de uma forma extrema de progeria, que provoca sintomas de envelhecimento muito cedo na vida. No entanto, não existem quaisquer indicadores genéticos de que Ata tinha a doença.
Mumificação: É possível que o genótipo e fenótipo não tenham correspondência até porque não havia quaisquer anomalias genéticas. Ata pode ter sido morto ou abortado e, em seguida, submetido à dessecação ou mumificação mal-executada, fazendo com que os ossos assumissem uma aparência estranha. Mas essa explicação não pode dar conta das duas costelas ausentes ou placas de crescimento dentro dos ossos.
Enquanto sabemos que Ata era humano e definitivamente não é um extraterrestre (não importa o que o “documentário” Sirius ou qualquer blog de teorias da conspiração tenha a dizer), há poucas coisas que podem ser ditas com certeza. Mais testes genéticos ainda estão em execução e os pesquisadores estão tentando conciliar os pares de bases que não correspondem com a referência humana. [IFLScience]