Desde 2012, o número no interior dos chamados Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que incluem homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, vem aumentando e em proporção bem maior que a de outras regiões. Naquele ano houve 1.666 mortes. No ano passado, foi quase o dobro e pela primeira vez na história o índice ultrapassou a casa dos três mil: 3.062 mortes. Um significativo aumento de 470 em relação a 2016.
Isso fez com que o Estado como um todo terminasse o ano passado com 5.427 homicídios, 21% a mais que em 2016 (4.479), o maior número já registrado e que ultrapassou pela primeira vez em uma década a marca de 2007 (4.591), quando o então governador Eduardo Campos (PSB), morto em 2014 em um acidente aéreo, deu início ao programa Pacto Pela Vida. O desafio era reduzir em 12% ao ano os homicídios. Mas, em vez disso, o índice cresceu. Está 18% maior em relação à época em que o projeto foi implantado.
A interiorização da violência não é novidade nem exclusividade de Pernambuco. O Brasil inteiro sofre com o fenômeno que pode ser explicado a partir de proporções, ou melhor de desproporções: a criminalidade tem se tornando exponencialmente grande onde a presença do Estado ainda é pequena. Ou seja os bandidos vêm agindo mais em regiões em que o efetivo policial e a estrutura de segurança são insuficientes.