Primeiro dia de exame trouxe diversas questões de cunho social, sempre alvo de reprovação por parte do atual governo |
Desde que o primeiro dia do governo Bolsonaro, o Exame Nacional do Ensino Médio foi alvo de criticas pesadas do Palácio do Planalto. Antes mesmo de assumir o cargo, o atual presidente da República fez críticas a uma questão que trazia em seu enunciado o pajubá, conjunto de gírias usadas por travestis e pela comunidade LGBTQIA+.
O episódio acabou até afastando Maria Inês Fini, então presidente do Inep, do posto de ministra da Educação, cargo para o qual vinha sendo cotada. No imaginário bolsonarista, o exame era a expressão máxima da “doutrinação de esquerda” que, segundo eles, assola a educação brasileira.
Nos anos seguintes, o que se viu foram tentativas reiteradas de interferência na prova mais importante para o ingresso das universidades públicas do Brasil. Uma comissão para averiguar possíveis “contaminações ideológicas” chegou a ser formada. O corpo, nada técnico e altamente ideológico, chegou a sugerir que o termo “ditadura” fosse substituído por “regime militar” e recomendou barrar itens da prova que gerassem “polêmicas desnecessárias” .
A cada tentativa frustrada, o presidente do Inep era substituído, levando a mais especulações e tensões sobre o que estaria por vir. O ápice da pressão, conforme VEJA revelou com exclusividade, foi a invasão da sala secreta onde a prova é elaborada por um Policial Federal que inqueriu os servidores sobre formulação das perguntas, durante a gestão de Danilo Dupas. A situação ficou tão insustentável que, nada menos que 37 servidores, alocados em áreas estratégicas da autarquia, pediram demissão de seus cargos, em um movimento sem precedentes.
Sob a gestão de Carlos Eduardo Moreno, servidor de carreira, no entanto, o Inep voltou a trilhar um caminho técnico e teve o desafio de fazer um Enem raspando o tacho do banco de itens, que havia sido esvaziado nas gestões anteriores. Com questões que tratam de temas sociais relevantes na atual conjuntura brasileira, tais como feminicídio, pandemia, desigualdade digital, igualdade de gênero e uma redação cuja proposta era a preservação de povos originários, o Enem reencontrou-se consigo próprio. Ponto para o corpo de técnicos do Inep.
Nos anos seguintes, o que se viu foram tentativas reiteradas de interferência na prova mais importante para o ingresso das universidades públicas do Brasil. Uma comissão para averiguar possíveis “contaminações ideológicas” chegou a ser formada. O corpo, nada técnico e altamente ideológico, chegou a sugerir que o termo “ditadura” fosse substituído por “regime militar” e recomendou barrar itens da prova que gerassem “polêmicas desnecessárias” .
A cada tentativa frustrada, o presidente do Inep era substituído, levando a mais especulações e tensões sobre o que estaria por vir. O ápice da pressão, conforme VEJA revelou com exclusividade, foi a invasão da sala secreta onde a prova é elaborada por um Policial Federal que inqueriu os servidores sobre formulação das perguntas, durante a gestão de Danilo Dupas. A situação ficou tão insustentável que, nada menos que 37 servidores, alocados em áreas estratégicas da autarquia, pediram demissão de seus cargos, em um movimento sem precedentes.
Sob a gestão de Carlos Eduardo Moreno, servidor de carreira, no entanto, o Inep voltou a trilhar um caminho técnico e teve o desafio de fazer um Enem raspando o tacho do banco de itens, que havia sido esvaziado nas gestões anteriores. Com questões que tratam de temas sociais relevantes na atual conjuntura brasileira, tais como feminicídio, pandemia, desigualdade digital, igualdade de gênero e uma redação cuja proposta era a preservação de povos originários, o Enem reencontrou-se consigo próprio. Ponto para o corpo de técnicos do Inep.
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